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Internacional

“Aproximação entre Sudeste Asiático e Brasil, de Leste a Oeste, é crucial para a defesa do multilateralismo”, defende Lula na Cúpula da Ásia do Leste

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Presidente celebrou a sinergia entre ASEAN e as presidências brasileiras do G20 e do BRICS norteadas pela inclusividade, sustentabilidade, soberania, transição energética e resposta às mudanças do clima.

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta segunda-feira, 27 de outubro, da Cúpula da Ásia do Leste, em Kuala Lumpur, capital da Malásia, agenda oficial que integra o quinto dia da missão brasileira na Ásia. Durante a sessão de abertura, Lula ressaltou que o foro criado pela Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) configura uma nova realidade geoeconômica e geopolítica global e que a centralidade da associação, respeitada e apoiada pelo Brasil, é fator de equilíbrio nas transformações pelas quais o mundo atravessa.

Em seu discurso, o presidente Lula celebrou a adesão de Timor Leste ao grupo, o qual classificou como país irmão do Brasil, e destacou o potencial de fortalecimento dos elos entre Brasil e nações asiáticas. “Somos países biodiversos, com culturas plurais, histórias entrelaçadas e desafios comuns. Partilhamos a convicção de que um mundo multipolar é mais propício à paz do que um planeta dividido por rivalidades estratégicas. Consideramos a cooperação um caminho mais promissor para a prosperidade do que a competição”, declarou.

“Diversificar relações é sinônimo de autonomia. Em um cenário de instabilidade, nossa proteção mais efetiva é expandir o leque de países com quem mantemos diálogo e fazemos negócios. A aproximação entre a ASEAN e o Mercosul tem potencial para integrar as cadeias produtivas de duas regiões de grande complementaridade econômica”
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Presidente da República
Lula reforçou ainda a necessidade dos países terem suas soberanias respeitadas e fortalecidas. “Os mares que nos circundam não podem se tornar palco de violações do direito internacional. Os minerais estratégicos que possuímos não devem enriquecer outras nações às custas do nosso desenvolvimento”, disse.
Foi pontuado pelo presidente que a distância geográfica entre a ASEAN e o Brasil não é impedimento para a construção de uma visão de mundo compartilhada e em favor de uma ordem internacional justa, regidas por regras acordadas coletivamente e aplicáveis a todos. “A aproximação entre o Sudeste Asiático e o Brasil, de Leste a Oeste, é crucial para a defesa do multilateralismo”, defendeu Lula.
Lula apontou ainda a sinergia entre a presidência malásia da ASEAN e as presidências brasileiras do G20 e do BRICS, que compartilham as mesmas duas ideias norteadoras: inclusividade e sustentabilidade. “O BRICS, que tem a honra de contar com países da região entre seus membros e parceiros, é um veículo para uma governança global mais representativa e que não nasceu para afrontar ninguém”, disse.

POSIÇÕES COMUNS — O presidente lembrou que neste ano o bloco econômico alcançou posições comuns em favor do tratamento multilateral da inteligência artificial, da ampliação do financiamento climático e da eliminação de doenças socialmente determinadas. “Lutar pela reforma das instituições multilaterais não nos impede de construir soluções próprias”, pregou ao citar o papel desempenhado pelo Novo Banco de Desenvolvimento ao suprir lacunas deixadas pelas instituições de Bretton Woods, assim como a importância do fortalecimento do comércio intra-BRICS para ocupar o vácuo aberto por medidas unilaterais e pelo esvaziamento da OMC.

“Alinhamentos automáticos e situações de dependência são armadilhas das quais o Sul Global precisa escapar. Diversificar relações é sinônimo de autonomia. Em um cenário de instabilidade, nossa proteção mais efetiva é expandir o leque de países com quem mantemos diálogo e fazemos negócios. A aproximação entre a ASEAN e o Mercosul tem potencial para integrar as cadeias produtivas de duas regiões de grande complementaridade econômica”, defendeu o presidente brasileiro.

COP30 — Ao mencionar impactos da crise climática na resiliência econômica dos países, Lula voltou a assegurar que a COP30, que será realizada em Belém (PA), em novembro, será “a COP da verdade” por ser palco para que líderes mundiais não possam negar o fato de que o planeta ainda caminha para um aumento de temperatura superior a dois graus.

“Não é hora de abandonar o Acordo de Paris. Sem ele, perderemos nossa bússola. Cada grau adicional na temperatura média global representará perdas significativas no PIB mundial. Não se trata de um simples número. Trata-se de milhões de pessoas que serão empurradas para a fome e a pobreza. É lamentável que a adoção do Marco de Emissões Zero da Organização Marítima Internacional tenha sido adiada”, argumentou.

Lula enfatizou que a transição energética é irreversível e representa não apenas um imperativo climático, mas uma oportunidade econômica alinhada com duas iniciativas que serão lançadas pelo Brasil e reconhecem esse potencial. “A primeira é a Declaração para Quadruplicar o uso de Combustíveis Sustentáveis até 2035, com medidas para acelerar a transição para longe dos combustíveis fósseis. A crescente produção de bioenergia no Sudeste Asiático torna a região um aliado natural nesse esforço”, mencionou.

“A segunda é o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), que vai beneficiar as nações da Bacia do Bornéu-Mekong, do Congo e da Amazônia. Um mecanismo inovador, baseado não em doações, mas em investimentos, que vai remunerar tanto os países que contribuem, quanto os que preservam suas florestas”, complementou Lula.

O presidente reafirmou contar com o apoio da Ásia do Leste para fortalecer as respostas multilaterais à mudança do clima e que o Brasil tem orgulho de ser Parceiro de Diálogo Setorial da ASEAN e buscar a expansão da cooperação segundo o Plano de Ação 2024-2028. “Os países da Ásia do Leste têm em nós um parceiro confiável e comprometido com a construção de um mundo mais inclusivo e sustentável”, finalizou.

“Não é hora de abandonar o Acordo de Paris. Sem ele, perderemos nossa bússola. Cada grau adicional na temperatura média global representará perdas significativas no PIB mundial. Não se trata de um simples número. Trata-se de milhões de pessoas que serão empurradas para a fome e a pobreza”
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Presidente da República
VISITA À ÁSIA — A visita oficial da comitiva brasileira à Malásia teve início no sábado, 25 de outubro, quando o presidente brasileiro se encontrou com o primeiro-ministro do país, Anwar Ibrahim, marcando um novo momento nas relações bilaterais dos países, com foco no fortalecimento de parcerias em áreas estratégicas. A ocasião celebrou a primeira visita oficial de um chefe de Estado brasileiro ao país em 30 anos e resultou em sete instrumentos de cooperação firmados nas áreas de tecnologia, ciência, semicondutores, inovação e agropecuária, além da abertura de seis novos mercados a produtos nacionais.
No mesmo dia, o presidente Lula recebeu o título de Doutor Honoris Causa em Filosofia e Desenvolvimento Internacional e Sul Global concedido pela Universidade Nacional da Malásia (UKM), uma homenagem que reconheceu a trajetória política do presidente e sua atuação em prol da inclusão social, do combate à fome e da cooperação internacional e que foi dedicada a todo o povo brasileiro.
Lula teve ainda encontros com o primeiro-ministro de Singapura, Lawrence Wong; e com o primeiro-ministro do Vietnã, Pham Minh Chinh, oportunidade para os mandatários estreitarem laços econômicos e aprofundarem cooperações bilaterais.

ABERTURA DA CÚPULA DA ASEAN – O presidente participou também da abertura da 47ª Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), em Kuala Lumpur, na Malásia — a primeira vez em que um chefe de Estado brasileiro fez parte da Cúpula, um convite da Presidência do bloco, atualmente exercida pela Malásia.

A viagem pelo leste asiático incluiu ainda a participação de Lula na Reunião Empresarial Brasil-Malásia, onde foi ressaltado o potencial de crescimento do comércio entre os dois países e o papel de um presidente na criação de oportunidades para que empresários possam fazer negócios.

O presidente concedeu ainda uma coletiva de imprensa para apresentar um balanço de seus compromissos na Indonésia e na Malásia e comentou a respeito das visitas oficiais, reuniões bilaterais, acordos comerciais, aberturas de mercados, encontros com empresários, participação inédita na Cúpula de países do leste asiático e título de Doutor Honoris Causa.

REUNIÃO COM TRUMP — Ainda em Kuala Lumpur, Lula se reuniu com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para tratar das tarifas impostas às exportações brasileiras, entre outros temas. Em uma conversa descrita como “franca e construtiva”, os líderes discutiram caminhos para a suspensão das medidas e reforçaram o compromisso de aprofundar o diálogo econômico entre os dois países.

INDONÉSIA – Na primeira escala da viagem, iniciada na quinta-feira, 23 de outubro, em Jacarta, capital da Indonésia, foram firmados oito acordos e parcerias em temas como agricultura e pecuária, ciência e tecnologia e na área de energia e recursos minerais. Além da visita de Estado, Lula participou de um fórum com mais de 100 empresários, entre brasileiros e indonésios.

 

Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.

DA REDAÇÃO

 

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Internacional

Encontro Lula-Trump: Não há motivo para desavença entre Brasil e EUA, diz presidente brasileiro

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, ao lado do presidente Donald Trump, que “não há motivo para desavença entre o Brasil e os Estados Unidos“.

Lula e Trump se encontraram na madrugada deste domingo (26) na Malásia.

Em rápido atendimento à imprensa, antes de iniciarem a conversa, os presidentes responderem algumas perguntas de jornalistas.

Lula afirmou que o Brasil tem “todo interesse em ter uma relação extraordinária com os Estados Unidos” e que tem certeza que, quando dois presidentes se reúnem e expõem seus pontos de vista, eles chegam em um acordo.

Lula reforçou estar muito otimista com a possibilidade de avaçar na relação mais civilizada possível entre os países e que “a imprensa vai ter boas notícias quando acabar a reunião”.

“Não sei se o Trump vai ter tempo para discutir todos os assuntos, mas eu tenho uma longa pauta para discutir com os EUA. Eu trouxe por escrito, vou lhe passar cópia da minha pauta em inglês”, afirmou o presidente brasileiro.

O encontro teve início às 4h40, com participação da imprensa, que permaneceu por menos de 10 minutos. Por volta das 5h45, a conversa foi encerrada.

 

Fonte: site Uol e G1

DA REDAÇÃO

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Internacional

Maduro manda carta pedindo diálogo a Trump enquanto crescem rumores de ação militar dos EUA na Venezuela

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O presidente venezuelano, Nicolas Maduro, mandou uma carta para o governo Trump para abrir um canal de conversação direta com os Estados Unidos.

A carta foi enviada dias após o primeiro ataque dos EUA a um barco do país sul-americano que, segundo Trump, transportava traficantes de drogas.

Na carta, vista pela agência ReutersMaduro rejeitou as alegações dos EUA de que a Venezuela desempenhava um grande papel no tráfico de drogas, observando que apenas 5% das drogas produzidas na Colômbia são enviadas através da Venezuela

Segundo Maduro, diz a Reuters, 70% das drogas foram neutralizadas e destruídas pelas autoridades venezuelanas.

“Presidente, espero que juntos possamos derrotar as falsidades que têm manchado nosso relacionamento, que deve ser histórico e pacífico”, escreveu Maduro na carta.

 

“Essas e outras questões estarão sempre abertas para uma conversa direta e franca com seu enviado especial (Richard Grenell) para superar o ruído da mídia e as notícias falsas.”

Ele observou que Grenell ajudou a resolver rapidamente as alegações anteriores de que a Venezuela estava se recusando a aceitar migrantes de volta, acrescentando: “Até o momento, esse canal tem funcionado perfeitamente.”

Os voos de deportação duas vezes por semana que transportam migrantes ilegais de volta para a Venezuela continuaram ininterruptos apesar dos ataques dos EUA, disseram à Reuters fontes familiarizadas com o assunto.

A carta de Maduro foi datada de 6 de setembro, quatro dias após um ataque dos EUA a um navio que o governo Trump alegou, sem provas, estar transportando traficantes de drogas.

O ataque matou 11 pessoas que, segundo Trump, eram membros da gangue Tren de Aragua e estavam envolvidas com o tráfico.

A Casa Branca não fez comentários imediatos à agência Reuters.

No sábado (20), Trump redobrou sua campanha de pressão, alertando em uma postagem em sua plataforma Truth Social que a Venezuela deve aceitar o retorno de todos os prisioneiros que, segundo ele, a Venezuela forçou a ir para os EUA, ou então pagar um preço “incalculável”.

Na sexta-feira, Trump anunciou pelo menos o terceiro ataque contra supostas embarcações de drogas da Venezuela, em meio a um grande reforço militar dos EUA no sul do Caribe, que inclui sete navios de guerra, um submarino nuclear e caças F-35.

O ataque matou “três homens narcoterroristas a bordo da embarcação”, disse Trump, sem fornecer provas.

O governo venezuelano, que diz ter enviado dezenas de milhares de soldados para combater o tráfico de drogas e defender o país, disse que nenhuma das pessoas mortas no primeiro ataque pertencia a Tren de Aragua.

Também nega as acusações de ligações entre autoridades venezuelanas de alto escalão e gangues de drogas.

Maduro alegou repetidamente que os EUA esperam tirá-lo do poder.

Trump negou nesta semana que esteja interessado em uma mudança de regime, mas Washington dobrou no mês passado a recompensa por informações que levem à prisão de Maduro para US$ 50 milhões, acusando-o de ligações com o tráfico de drogas e grupos criminosos.

Maduro reiterou sua negação em sua carta a Trump.

“Este é o exemplo mais flagrante de desinformação contra nossa nação, com a intenção de justificar uma escalada para o conflito armado que infligiria danos catastróficos em todo o continente”, escreveu ele em sua carta a Trump.

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Economia

Acabou o Amor, Trump sinaliza que poderia deportar Elon Musk após críticas do empresário

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Bilionário nasceu na cidade de Pretória, África do Sul, e se tornou cidadão americano no início dos anos 2000

 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sinalizou nesta terça-feira (1º) que poderia deportar o bilionário e seu ex-aliado político, Elon Musk, ao ser perguntado por uma repórter.

“Eu não sei. Acho que vamos precisar olhar. Acho que vamos ter que colocar o DOGE (Departamento de Eficiência Governamental) contra o Elon. Você sabe o que é o DOGE? O DOGE é o monstro que pode voltar e comer o Elon. Isso não seria terrível?”, declarou Trump.

Musk nasceu na cidade de Pretória, uma das três capitais oficias da África do Sul e se tornou cidadão americano no início dos anos 2000.

Os comentários de Trump foram feitos depois que Musk, um megadoador republicano, renovou suas críticas ao amplo projeto de lei de corte de impostos e gastos e prometeu destituir os parlamentares que o apoiavam, apesar de sua campanha pela limitação dos gastos do governo.

A declaração foi feita pelo presidente antes de embarcar para a Flórida, onde participará da inauguração de um centro de detenção remoto para imigrantes, apelidado de “Alcatraz do Jacaré”, enquanto pressiona parlamentares a apresentarem um amplo projeto de lei orçamentária com o objetivo de aumentar as deportações.

A instalação fica a cerca de 60 km de Miami, em uma vasta área úmida subtropical repleta de jacarés, crocodilos e cobras pítons.

O local é um simbolismo assustador que a Casa Branca utilizou para demonstrar sua determinação em expulsar imigrantes que, segundo ela, foram indevidamente autorizados a permanecer no país durante o governo do ex-presidente, Joe Biden.

O complexo no sul da Flórida, no Aeroporto de Treinamento e Transição Dade Collier, tem um custo estimado de US$ 450 milhões anuais e pode abrigar cerca de cinco mil pessoas, estimam autoridades.

DA REDAÇÃO

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