Através de uma iniciativa dos vereadores Junior Mendonça e Wendell Girotto a Câmara Municipal de Rondonópolis promove na próxima terça, (28) “ElesPorElas”.

Mato Grosso lidera a infeliz estatística de ser o estado com maiores índices de feminicídio no Brasil. Já são dois anos (2023 e 2024) com a taxa mais alta do país e os dados preliminares não indicam alteração para 2025 não indicam mudança.

Dados do “Painel de Monitoramento Violência Contra Mulheres” da Secretaria Estadual de Segurança Pública de Mato Grosso informam que até outubro de 2025, 35.287 mulheres e meninas já foram vítimas de violência em nosso estado. Destas, 40 vítimas de feminicídio. Além disso, destaque negativo para os 2.229 casos de perseguição (física ou virtual) e 912 casos de estupro ou importunação sexual a meninas ou mulheres.

É na busca permanente de mudar esta grave situação que a Câmara Municipal de Rondonópolis através da articulação dos vereadores, Wendel Girotto e júnior Mendonça (PT), receberá na próxima terça, 28 de outubro de 2025, a partir das 19:00h, Edegar Pretto – articulador para o Brasil da aliança “ElesPorElas”. Tendo como mediadora a professora Rosa Neide e ex-deputada federal Rosa Neide.

O enfrentamento da violência é responsabilidade de toda a sociedade. Mas pessoas com senso crítico e responsabilidade para com o bem comum entendem que precisam ir além desta constatação básica, pontuou o vereador e um dos articuladores do evento, Júnior Mendonça.

Desde 2014, a ONU Mulheres vem promovendo a aliança “ElesporElas” (HeForShe, em inglês) convidando instituições, empresas, associações, pessoas públicas a contribuírem para que alcancemos a igualdade de gênero. Sobretudo, acabar com os atos de violência contra mulheres e meninas.

Bastante experiente nas lutas pela igualdade de direitos, Pretto tem se dedicado a promover o conceito de masculinidades transformadoras e a engajar homens, meninos, figuras públicas, empresas e organizações à aliança “Eles por Elas”.

Uma das estratégias para este engajamento são atos em que líderes homens assinam o “Manifesto Nacional de Mobilização de Homens Públicos pelo Fim da Violência Contra as Mulheres e Meninas” comprometendo-se com o combate a qualquer tipo de violência contra as mulheres e meninas.

De acordo com o vereador Wendel Girotto, o ato em Rondonópolis, estão confirmadas as presenças de lideranças da Câmara Municipal, OAB, UFR e IFMT para assinarem o manifesto e reafirmarem compromissos pessoais e institucionais com a causa do combate a violência e a meta do Feminicídio Zero.

A Câmara Municipal de Rondonópolis fica na Rua Cafelândia, 434 (esquina com Av. Otávio Pitaluga, bairro La Salle. O ato acontecerá na terça-feira (28/10) a partir das 19 h e é aberto à toda população interessada em apoiar a causa.

O quê?

Ato “ElesPorElas” – Rondonópolis

Onde?

Câmara Municipal de Rondonópolis

Rua Cafelândia, 434 (esquina com Av. Otávio Pitaluga), Bairro La Salle

Quando?

28 de Outubro de 2025, às 19 h

Maiores Informações:

(66) 98407-0977

A ativista pelo direito das mulheres, Sandra Raquel Mendes está de volta como colunista do portal Notícia em Foco MT, depois de uma longa temporada, Sandra volta e passará assinar a coluna EM FOCO com Sandra Raquel, a coluna semanal trará sempre um tema diferente e atual, como peça de reflexão para a sociedade como um todo.

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Mato Grosso é terra de mulheres em risco. Até quando?

Os números da violência contra a mulher em nosso estado continuam alarmantes. Dados recentes mostram 28 feminicídios registrados apenas no primeiro semestre de 2025, superando os registros do mesmo período em 2024. Na maioria esmagadora dos casos, o agressor era o companheiro ou ex-companheiro – alguém que deveria representar proteção, mas se tornou a maior ameaça. Além disso, 70% dos crimes ocorreram dentro das casas das vítimas.

São vidas interrompidas, filhos sem mãe e famílias destruídas que nos lembram diariamente da urgência deste problema. Enquanto isso, persiste um dos aspectos mais graves dessa realidade: a criminalização de mulheres que reagem à violência. Após anos de agressões, muitas ainda são punidas pelo sistema ao tentarem se defender, numa evidente distorção da justiça que precisamos combater com urgência.

Neste contexto preocupante, voltamos nossos olhos para as mulheres trabalhadoras, especialmente as servidoras públicas estaduais – que enfrentam uma dupla vulnerabilidade. Enquanto celetistas já contam com mecanismos de proteção desde 2022 através da Lei 14.457/22, as servidoras – que dedicam suas vidas ao serviço público – permanecem desamparadas quando sofrem violência doméstica. Essa lacuna na legislação é inaceitável e precisa ser sanada imediatamente.

A recente proposta da Lei Emiliane Silva, em análise na Assembleia, busca corrigir essa injustiça, assegurando às servidoras vítimas de violência o direito ao afastamento sem prejuízos. É inaceitável que quem serve ao Estado fique desprotegido por ele quando mais precisa.

Cidades como Cáceres, Cuiabá, Lucas do Rio Verde, Rondonópolis e Sinop lideram os índices de feminicídio em Mato Grosso, mostrando que a violência não escolhe região.

Estamos falando de vidas. De exigirmos mais. De protegermos melhor. Porque cada vida perdida é uma falha coletiva. Por trás de cada número há um nome, uma história. Precisamos de ações concretas, de políticas que realmente protejam e de leis que defendam.

DA REDAÇÃO