Política Agrícola e Logística
Corredor estratégico da Região Leste, MT-158 não recebe investimentos necessários
Com pavimentação e manutenção corretas, via pode reduzir em até 20% custos para produtores rurais, indica Estradeiro da Aprosoja
Divulgação
11/12/2018
A BR-158/155 é uma das principais rotas de escoamento da produção de grãos da Região Leste de Mato Grosso. Só neste ano, passaram pela rodovia cerca de três milhões de toneladas de soja e milho, de acordo com o Movimento Pró-Logística. A falta de investimentos do Governo Federal, no entanto, transforma a via em gargalo, ao invés de solução.
“A BR-158/155 é um corredor estratégico para o escoamento da produção do Vale do Araguaia e ela precisa urgentemente de investimentos do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit), que embora já tenha contratado empresa para atuar no local, não deu a ordem de serviço por falta de recurso”, explica Edeon Vaz Ferreira, diretor executivo do Movimento Pró-Logística. O diagnóstico da rodovia foi possível durante Estradeiro realizado pelo Movimento e pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), entre os dias 28 de novembro e 05 de dezembro.
De acordo com o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), a Região Leste respondeu por uma produção de soja na safra 2017/2018 de 5,3 milhões de toneladas. O valor representa 16% da produção total do Estado, de 32,4 milhões, o que, conforme o presidente da Aprosoja, Antonio Galvan, seria suficiente para que a iniciativa pública olhasse para a região com mais atenção.
“Há a necessidade de alocação de recursos para que essas obras sejam desenvolvidas de maneira mais urgente possível. A construção de pontes, por exemplo, poderia ser um dos focos do Dnit, já que independe do período de chuvas. Não apenas o setor perde com uma estrada em péssimo estado, mas também a população como um todo”, alerta Galvan.
Outro ponto levantado pelo diretor executivo do Movimento Pró-Logística é que a pavimentação e manutenção da BR-158/155 traria economia aos produtores rurais. “Acreditamos que no ano que vem a via pode chegar a escoar até 4 milhões de toneladas de grãos, levando a produção até Redenção, no Pará, e de lá passando por rodovias estaduais e chegando até Palmerante, no Tocantins. Com as obras da BR-158/155 finalizadas, a redução de custos para a região seria na ordem de 20%”.
BR-163 – Além da BR-158/155, o grupo que realizou o Estradeiro também esteve na BR-163, onde a situação encontrada foi melhor. “Na nossa expectativa, nós não teremos problemas de escoamento no próximo ano. Os gargalos maiores que existiam já foram equacionados, que foram na Serra do Moraes e na Serra da Anita. Por lá os caminhões já estão passando sem problemas, por mais que a estrada esteja molhada. Existe uma pequena elevação que deveria ter sido feito um revestimento, perto de Riozinho, mas não deve dar tantos problemas. De forma geral, a rodovia tem recebido manutenção e, até Miritituba (PA) faltam 51 quilômetros de pavimentação, que devem ser finalizados até o fim de 2019”, disse Edeon Vaz Ferreira.
A BR-163 é o corredor mais importante do escoamento de grãos de Mato Grosso. Neste ano, cerca de 8,7 milhões de toneladas de soja e milho passaram pela via. A expectativa é que em 2019 passem 12 milhões de toneladas de grãos. Os dados são do Movimento Pró-Logística.
Relatório – Após a realização do Estradeiro, um relatório completo, com fotos, coordenadas geográficas e comparativos de anos anteriores são repassados aos órgãos competentes de infraestrutura e logística do Brasil. Desta vez, além de encaminhar ao Dnit, a Aprosoja e o Movimento Pró-Logística levarão o documento à nova gestão do Ministério da Infraestrutura, que segundo o presidente eleito Jair Bolsonaro, será comandada por Tarcísio Gomes de Freitas, que é ex-diretor do Dnit.